domingo, 16 de outubro de 2011

Vida Online



O avanço das ferramentas tecnológicas fez com o que o nosso dia-a-dia fosse mil vezes mais rápido. Agora podemos pagar contas, nos manter informados, conversar com parentes e amigos, fazer novas amizades - tudo isso somente pela internet. Antes, para fazer essas mesmas coisas, precisávamos de muito tempo e, às vezes, 24 horas não eram suficientes. Mas toda essa facilidade trouxe um adendo que não é muito benéfico: as pessoas estão cada vez mais preguiçosas. Ligar para alguém ou escrever uma carta, por exemplo, são práticas que não são mais vistas com tanta freqüência. Afinal, para quê ligar se eu posso falar por mensagem instantânea? Para quê escrever uma carta se eu posso mandar um e-mail ou deixar um recado nas redes sociais? Se essa acomodação parasse nesse nível, não haveria do quê reclamar. Porém, o que está acontecendo é um crescimento desordenado dessa acomodação para todos os âmbitos possíveis.
Antigamente, quando um grupo de pessoas com os mesmos ideais queriam lutar por justiça, eles iam às ruas para protestar. A ditadura militar a qual nosso país foi submetido tem diversos exemplos que ilustram o que é lutar pelo bem da sociedade. Outro momento marcante – e determinante – que envolve manifestação popular em prol de um bem comum foi o movimento dos “caras-pintadas”, que exigiu e conseguiu o impeachment do então Presidente da República Fernando Collor de Mello. Nos dias de hoje é difícil ver essa mesma união, pois além de acomodadas as pessoas estão individualistas: se o mal não afetar diretamente sua vida não há, na sua percepção, motivos para querer mudar. E com a internet, aqueles que não tinham interesse algum no bem estar coletivo participam de qualquer ação social que seja realizada nas redes de relacionamento, somente para dizer que já estiveram em uma manifestação na vida.
O que leva essas pessoas a fazerem isso é uma incógnita, pois é nítido para qualquer leigo que fazer manifestações pela internet não ajudará em nada e nem a ninguém. Afinal, se elas resolvessem de fato, o Ricardo Teixeira não estaria na presidência da CBF, o José Sarney não seria presidente do Senado Federal, entre outras tantas hashtags que ficaram no topo da lista do Trending Topics no Brasil. Isso só para citar alguns exemplos. Falta conscientização entre esses “aspirantes” para perceber que para mudar qualquer coisa – não só na política como, também, no decorrer da vida – é preciso arregaçar as mangas e fazer acontecer.
Mudar hábitos antigos às vezes é bom. Principalmente quando nós temos muita coisa para fazer e pouco tempo para tal. Mas para tudo existe um limite. E tem certos costumes do passado que são tão bons de manter. Basta fazer a escolha certa.

*Juliana Tavares

1 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

Disse tudo
Hoje em dia as pessoas estão centralizadas só nelas mesmas e esquecem que viver também parte de um princípio coletivo!

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