domingo, 20 de dezembro de 2009

O Trabalho e o Prazer

Olho para o relógio, ele pouco se move. Viro-me novamente para o computador, digito, apago, o computador trava e depois de intermináveis movimentos repetidos, olho novamente para os ponteiros. Eles não saíram do lugar. Que tipo de tortura é essa? Uma tortura chinesa, medieval? Para alguns, ela é chamada de trabalho.
Estudos realizados recentemente defendem o que muita gente já sabe: que o trabalho não existe para trazer felicidade, e sim para se conseguir o sustento. É uma visão dura, e até um pouco desmotivadora, visto que é no trabalho que passamos grande parte dos nossos dias, mas essa visão não deixa de ser uma realidade.
Por mais paixão, alegria e dom que uma pessoa tenha para exercer uma profissão, dificilmente ela o fará durante muito tempo sem retribuição (a não ser aquelas pessoas que nasceram em "berço de ouro", que não possuem preocupação financeira e que pertencem a minoria da população).
Ou seja, na nossa sociedade de hoje, dificilmente alguém trabalha somente por prazer. E somente por dinheiro? Aí o número aumenta consideravelmente.
Esses estudos indicam que o fato de ligar o trabalho à felicidade é uma característica da nossa sociedade atual e que o indíviduo está buscando o bem estar pleno, inclusive no seu ganha pão. É possível se sentir feliz onde se trabalha?
Vi, eu um "post da internet" a seguinte frase: " O trabalho não é ruim, o ruim é ter que trabalhar". Apesar da frase ter como objetivo fazer rir, dela se tira uma reflexão: é claro que você conhece alguém que diz que ama o emprego, a profissão que exerce, mas o fato de se fazer o que gosta é somente uma forma de amenizar o que é ruim: ter que trabalhar. Podemos fazer realmente o que gostamos, nos sentirmos plenos em nossas profissões e até nos divertimos de vez em quando (falando mal do chefe, por exemplo), mas sempre será um trabalho, o que implica em acordar cedo em dias em que não se quer acordar, ouvir coisas que não se quer ouvir, dizer algo que não queria dizer e uma infinidade de desagrados.

Devemos sim buscar nos sentir o melhor possível em nossos trabalhos, buscar a profissão que mais nos satisfaça, mas se não for alcançada essa felicidade, não devemos nos sentir derrotados ou desmotivados, afinal de contas, é trabalho. Felicidade podemos encontrar de várias maneiras, em vários lugares e principalmente em nós mesmos.
E finalmente o relógio andou. Ufa, é hora de ir embora. Sexta feira, é dia de se divertir.

*Talita Cruz

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